Após aprovação da saída da Greve pelos docentes da UESC, os representantes da ADUSC participaram, na última sexta-feira (14), da reunião de instalação da mesa de negociação permanente, e assinaram o acordo com as conquistas do movimento paredista. Além da efetivação das 900 promoções ainda em 2019, e a reposição dos 36 milhões para o orçamento de custeio e investimento das universidades, a continuidade das negociações, em uma mesa setorial permanente, foi considerada uma importante conquista para os docentes, que por quase quatro anos tiveram que lidar com o silêncio absoluto do governo.
A partir da assinatura do termo, foi definida uma agenda das próximas reuniões da mesa de negociação. O segundo encontro será no dia 10 de julho, a partir das 9h, na Secretaria de Educação, tendo como pauta a discussão da metodologia, definição de agendas e temas das reuniões. Foi agendada também outra reunião para o dia 31 de julho de 2019.
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Na UESC os docentes retornaram às atividades acadêmicas nesta segunda-feira (17), mas a reformulação do calendário será discutida em CONSEPE extraordinário na quarta-feira (19). Diante dos diversos feriados que compõem o calendário nas próximas semanas, a diretoria da ADUSC propõe que o retorno às aulas tenha início a partir do dia 3 de julho e respeite as férias de janeiro. Essa também é a posição dos estudantes, que em assembleia, nesta segunda-feira, aprovaram paralisação com trancamento dos corredores até o dia 03 de julho. Os estudantes também solicitam que o período de trancamento total e parcial das diciplinas seja reaberto.

Avaliação da Greve

Para direção da ADUSC essa foi uma luta muito dura, desde o início, quando o governo tentou criminalizar a greve como instrumento de luta e dividir a categoria, querendo “beneficiar” os docentes da UESC por não aderir ao movimento paredista. O corte dos salários foi outro grave ataque à categoria, que teve o cuidado de respeitar os trâmites necessários para garantir a legalidade da greve. “Desde o início a assessoria jurídica tem acompanhado cada passo neste sentido, foram 2 mandados de segurança, no entanto a letargia do sistema jurídico foge ao nosso controle” afirma o presidente da ADUSC, José Luiz de França. Ele ainda ressalta, que mesmo após o fim da greve, tanto a diretoria, quanto o jurídico, continuam empenhados para que o resultado seja favorável a categoria.

Para os docentes que compuseram o Comando de Greve da UESC esta foi uma experiência bastante diferente dos outros momentos de radicalização da luta docente na UESC. Houve uma participação maior da categoria tanto no dia-a-dia da construção da luta, quanto na busca, produção e distribuição da informação.
Varias pessoas que compuseram o Comando nunca haviam participado antes ativamente da ADUSC ou de uma greve da categoria e isso agrega muito ao movimento.

A luta continua

Após a greve, a luta mais imediata dos docentes foi garantir que os membros do Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE) aprove um calendário que garanta as melhores condições de trabalho para categoria. Para tanto, a diretoria da ADUSC esteve acompanhando a sessão do CONSEPE, levando a demanda apresentada em assembleia de que as aulas sejam suspensas no mês de janeiro. “Além de ser um período prejudicial para os docentes que têm filhos pequenos, pois estes estão de férias e acabam tendo que ser trazidos para a universidade, o clima na região é desfavorável, e a estrutura da universidade não garante um bom desempenho de ensino e aprendizagem”, afirma França.

A categoria também permanece mobilizada e vigilante ao andamento das negociações na mesa permanente. A defesa do Estatuto do Magistério Superior é um dos principais pontos da luta, pois garante os direitos conquistados com muita luta pela categoria.