A política genocida do presidente Jair Bolsonaro e dos governos nos estados no combate à pandemia da Covid-19 segue sendo levada a cabo e pode ser ainda mais mortal com o anúncio de volta às aulas presenciais no começo de 2021 em ao menos 15 estados do país. Atualmente o país ultrapassa a marca de 200 mil mortos e mais 7,7 milhões de contaminados pela doença.

Em Goiás e no Piauí a previsão de retomada das atividades presenciais será em janeiro. Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte a volta está prevista para fevereiro. No Acre, Alagoas, Paraíba as aulas presenciais ocorrerão em março. No Rio de Janeiro, Espírito Santo e Maranhão há previsão de retomada em 2021, mas sem formato ainda devido. Amapá e Pará ainda não definiram calendário de retorno, mas há indicativo para ocorrer também no início deste ano.

Mesmo com a previsão de o retorno escolar ser de forma escalonada, ou seja, com alternância entre a modalidade virtual e presencial, a preocupação é grande diante da pandemia em crescimento no país e sem um plano de vacinação efetivo.

Dados das Secretarias de Saúde de todo país apontam altos índices de contaminação pelo vírus, que se comparam ao primeiro semestre de 2020, pico da doença no país.  Essa política criminosa vai prejudicar não apenas estudantes e profissionais da Educação, mas também seus familiares, que com o contato direto estão passíveis de contaminação.

Um estudo feito pela Fiocruz estima que a volta às aulas pode expor ao vírus cerca de 9,3 milhões de brasileiros, com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco de Covid-19. O levantamento aponta que estudantes que convivem na mesma casa com pessoas com esse perfil, podem levar o vírus para seus familiares.

De acordo com último Censo Escolar, as escolas públicas têm 37,8 milhões de alunos matriculados no ensino fundamental e médio, além dos mais 2,5 milhões de professores que lecionam no país.  Pessoas que estarão circulando e sendo expostas ao risco de contaminação e de levar a doença para seu círculo familiar.

No estado de Manaus (AM), em que o retorno escolar presencial ocorreu ainda em 2020, houve uma explosão de casos e mortes o que mostra que essa medida vai ser de extermínio, sobretudo da população pobre que acessa a rede pública de ensino.

Países europeus, que abriram as escolas após o período mais crítico da pandemia, estão revendo protocolos e fechando novamente, após a explosão de contágios.  É o caso da Alemanha, que anunciou que fechará as escolas até janeiro.

O povo brasileiro já indicou que é contra o retorno escolar com a pandemia ainda em descontrole no país. De acordo com pesquisa da Datafolha feito em dezembro de 2020, dois em cada três pessoas entrevistas, são favoráveis as escolas fechadas para proteger vidas, o que representa 66% da população.

As Secretarias de Educação estão dizendo que vão garantir protocolos de segurança para combater a pandemia. No entanto, mesmo antes da pandemia, as escolas já refletiam uma brutal precariedade, com falta de produtos básicos de higiene e com salas de aulas superlotadas.

Escolas fechadas para preservar vidas

A CSP-Conlutas está com uma forte campanha contra a volta às aulas no período da pandemia. A Central reafirma sua política pela quarentena geral a todos os trabalhadores. Reforça ser uma irresponsabilidade e uma política criminosa dos governos colocar milhares de estudantes nas ruas.

É preciso debater as ferramentas de luta construída pela classe trabalhadora, para defender a vida e apontar a resistência contra os governos, com os educadores na linha de frente. Vamos nos mobilizar com indicativo de greves e paralisações e radicalizar as ações contra os governos que querem impor o retorno escolar. Vamos à luta em defesa da vida. Escolas fechadas, vidas preservadas!

Com informações do UOL

Via: CSP-Conlutas.