Na tarde desta segunda-feira (6), as e os mais de 640 docentes iniciaram os debates do 41º Congresso do ANDES-SN. A Plenária de Conjuntura e Movimento Docente avaliou as lutas travadas pelo Sindicato Nacional no último período e a derrota da extrema-direita nas urnas. Os desafios após a eleição do novo governo e a necessidade de continuar a ocupar as ruas na defesa da Educação e dos direitos da classe trabalhadora foram amplamente debatidos pela categoria.
Na abertura da plenária, professores realizaram um ato contra o machismo e o assédio nos espaços do Sindicato Nacional e das universidades, institutos e cefets. Com cartazes e palavras de ordem como “Assediador não quero ser” e “Opressão também explora”, eles atravessaram o Teatro onde acontecem as plenárias do evento.
Antes de abrir para o debate, as autoras e os autores dos doze textos de conjuntura apresentaram suas contribuições. Diversas falas apontaram a importância da unidade da luta da classe trabalhadora no último período para enfrentar a extrema-direita e vencer o bolsonarismo nas urnas. Ressaltaram também ser fundamental que essa unidade se amplie e fortaleça para vencer o projeto bolsonarista nas ruas e avançar nas conquistas de direitos e pela revogação das contrarreformas trabalhista e da previdência.
Foi destacada também a importância da desmilitarização do governo, da punição dos responsáveis pelos atos golpistas de 08 de janeiro, bem como demais ataques aos povos indígenas, população LGBTQIA+, negras e negros. “Sem anistia!”, foi a palavra de ordem entoada durante vários momentos da plenária.
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O apoio à luta dos povos originários e a necessidade do Sindicato Nacional intensificar as ações e reflexões sobre o ecossocialismo e em defesa dos povos das águas e das florestas, dos recursos naturais e contra a exploração do Capital também estiveram presentes nas intervenções.
Após as apresentações, foram abertas 30 inscrições. No entanto, apenas 18 falas foram contempladas, antes de encerrar o tempo da plenária previsto na programação aprovada. As delegadas e os delegados deliberaram pela não prorrogação do tempo regimental.
Gustavo Seferian, diretor do ANDES-SN que presidiu a plenária, destacou a qualidade das falas, que as particularidades do Acre, a luta das populações indígenas, em especial a barbárie contra a população yanomami e as questões ambientais, o que Seferian considerou uma particularidade em relação aos debates de conjuntura dos congressos anteriores.
“Temas como a permanência ou não na CSP-Conlutas, as avaliações em relação ao governo recém eleito e as diversas interpretações que existem na categoria em relação a isso também foram pautados, em um debate bastante amistoso e enxuto, pois não foi possível prorrogar a plenária, uma vez que houve o entendimento de que não deveríamos prorrogar o tempo de discussão”, pontuou.
O diretor do Sindicato Nacional destacou ainda as manifestações, públicas, organizadas e espontâneas, envolvendo a questão da luta contra as opressões e o reconhecimento do seu caráter classista, que marcaram essa plenária. “Uma das palavras de ordem da primeira manifestação foi ‘Opressão também explora’ e isso foi uma marca bastante presente nessas ações coletivas, tanto nas organizadas previamente, como aquelas espontâneas diante a falas que geraram algum rechaço por parte do plenário. Foi um debate muito bom, que abre uma ótima jornada de construção de lutas nessa semana”, avaliou.
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Além de Gustavo Seferian, compuseram a mesa da plenária as diretoras Sueli Goulart e Andréa Matos e o diretor Edmilson Silva.
41º Congresso do ANDES-SN
O 41º Congresso do ANDES-SN teve início, nesta segunda-feira (6), em Rio Branco (AC), com o tema central “Em defesa da educação pública e pela garantia de todos os direitos da classe trabalhadora”. Até sexta-feira (10), as e os mais de 600 docentes participantes irão debater e deliberar sobre as ações e pautas que orientarão as lutas da categoria no próximo período.
O evento ocorre na Universidade Federal do Acre (Ufac), sob a organização da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac – Seção Sindical). Pela primeira vez, o congresso do Sindicato Nacional acontece na capital acreana.
*Fotos: Nattércia Damasceno
Via ANDES-SN.