Sob pressão de Bolsonaro, ministro da Saúde age como fantoche e só pensa em por fim a isolamento social. Enquanto isso, mortes já ultrapassaram 11 mil.

A cena foi constrangedora. Nesta segunda-feira (11), durante uma entrevista coletiva do Ministério da Saúde, o ministro Nelson Teich foi surpreendido com a informação de que Bolsonaro havia incluído academias, salões de beleza e barbearias como “serviços essenciais” para, assim, poderem funcionar durante a pandemia.

“Saiu hoje?”, questionou atordoado o ministro após a pergunta de um repórter que quis saber se o Ministério concordava com a medida.

“Você pode trabalhar o retorno de algumas coisas. Agora, tratar isso como essencial é um passo inicial”, disse a princípio. Depois de consultar o general Eduardo Pazuello, secretário-executivo da Pasta, afirmou: “Não é atribuição nossa, isso aí é uma decisão do presidente”, prosseguiu, se enrolando numa explicação literalmente “sem pé, nem cabeça”, como diz o ditado popular.

Omissão e paralisia

O episódio revela que Bolsonaro segue com sua política genocida e, no Ministério da Saúde, se aprofundam a paralisia e omissão, enquanto a pandemia de Covid-19 se agrava a cada dia no país. Na sexta, o número de mortes no país ultrapassou a marca simbólica de 10 mil, mas antes do domingo, já havia superado 11 mil.

O colapso nos hospitais de vários estados já é uma realidade. Alguns já decretaram o chamado “lockdown”, que é o fechamento completo de todas as atividades e controle rígido sobre a circulação de pessoas, mas o governo de Bolsonaro segue agindo de forma criminosa.

A inclusão de mais atividades consideradas “essenciais” foi mais uma medida autoritária e irresponsável de Bolsonaro que tenta a todo custo desmontar as políticas de isolamento social, fórmula adotada em TODO o mundo para deter a proliferação do novo coronavírus e impedir o colapso das redes de saúde.

A contragosto de Bolsonaro, seu decreto não tem efeito prático, pois o que vale são os decretos estaduais, conforme já definiu o STF (Supremo Tribunal Federal). Mas, este presidente genocida segue com sua política que acaba servindo para confundir a população.

Já Nelson Teich, desde que assumiu a Pasta há três semanas, age cada dia mais com um mero capacho, que só sabe insistir no discurso de que é preciso apresentar um plano para flexibilizar as políticas de isolamento social.  Um plano que foi rechaçado nesta segunda-feira pelos conselhos de saúde que representam Estados e municípios.

A proposta de Teich propõe uma série de critérios, como capacidade de atendimento, ocupação de leitos e número de casos e óbitos. Cada item teria uma pontuação. Somados, mostrariam em que situação está cada local e qual intervenção é sugerida, como isolamento controlado ou até lockdown.

As novas diretrizes, contudo, foram consideradas “inoportunas”, por causar confusão e permitir o afrouxamento das medidas de prevenção, num momento em que a pandemia se agrava no país e sequer atingiu o pico de casos.

“Enquanto estivermos empilhando corpos, não tenho como discutir isso”, disse ao jornal Estado de S.Paulo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame.

Fora Bolsonaro e Mourão, já!

A cada dia se comprova que a defesa da vida, dos empregos e direitos dos trabalhadores e mais pobres só pode ser feita na luta contra o governo de Bolsonaro e Mourão. A CSP-Conlutas conclama as demais centrais e todas as organizações democráticas do país a repudiar a política genocida e a escalada autoritária deste governo de ultradireita e lutarmos para por para fora Bolsonaro e Mourão, já!

Via: CSP-Conlutas.