A Petrobras informou que elevará em 5% o preço médio do GLP, também conhecido como gás de cozinha, a partir desta quinta-feira (3). Os reajustes são aplicados às distribuidoras.

O preço médio da Petrobras às revendedoras será equivalente a R$ 33,89 por botijão de 13 kg. Com o reajuste, o produto passa a acumular no ano uma alta média de 21,9% ou R$ 6,08 por botijão.

Entretanto, no bolso do consumidor a conta é bem mais salgada. Segundo pesquisa da ANP, na última semana de novembro, o preço médio do botijão praticado no país era de R$ 73,22. Os preços, no entanto, são livres, e variam nos postos de venda. Há locais em que podem ser encontrados por até R$ 90.

O aumento no gás de cozinha é mais uma bomba sobre os trabalhadores, principalmente os mais pobres que passam a enfrentar ainda mais dificuldades. Não é a toa que aumentou nos últimos anos o número de famílias que voltaram a cozinhar com lenha ou carvão ao não poder comprar um botijão de gás.

É também a segunda notícia que revela o aumento da carestia no país. Essa semana, a conta de luz em todo o país também foi reajustada (confira no site da CSP-Conlutas: Em meio ao aumento do desemprego e inflação, governo Bolsonaro autoriza aumento na conta de luz).

Avanço da privatização da Petrobras é responsável

A alegação da Petrobras é a mesma de sempre para o aumento: de que os preços praticados pela empresa acompanham a variação do dólar e os movimentos do mercado internacional.

Ou seja, não importa que tenhamos uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a política de Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, e do governo Bolsonaro é atender apenas aos interesses dos acionistas estrangeiros que hoje controlam a estatal.

No mês passado, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autorizou a venda da Liquigás, efetivada pelo governo Bolsonaro no ano passado. O consórcio liderado pela Copagaz (que inclui a Itaúsa, Nacional Gás Butano e Fogás) passa a controlar a subsidiária da Petrobrás, formando um verdadeiro oligopólio no setor. Essa venda significa que o controle de preços que as distribuidoras de gás aplicarão no país estará totalmente nas mãos de setores privados.

Estes fatos só reforçam a campanha dos sindicatos de petroleiros em todo país contra o processo de privatização da Petrobras.
Dizemos não à privatização da Petrobras, bem como de outras estatais brasileiras incluídas no plano entreguista de Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes.

Via: CSP-Conlutas.