Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em uma casa em Atibaia, interior de São Paulo, que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. A prisão faz parte da operação “Anjo” do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ministério Público de São Paulo, que cumpre outras medidas de busca e apreensão.

Flávio Bolsonaro e Wassef deram várias declarações, alegando não ter informações sobre o ex-assessor, cujo paradeiro era incerto desde o ano passado. No entanto, o delegado da Polícia Civil de São Paulo Osvaldo Nico Gonçalves, que participou da prisão, disse que o caseiro do local informou que Queiroz estava na casa do advogado da família há cerca de um ano.

Esse é mais um capítulo que coloca a família do presidente da República em maus lençóis em episódios envolvendo desvio de dinheiro público, corrupção e envolvimento com milícias no Rio de Janeiro. Com a prisão de Queiroz, as investigações chegam a uma fase decisiva e fecham o cerco perigosamente em torno de Bolsonaro e seus filhos.

Queiroz é investigado por participação em operação de desvio de dinheiro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) entregue à Polícia Federal à época apontou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, que atuava como chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro.

O esquema ficou conhecido como rachadinha, em que parte do salário de assessores fica com o parlamentar, funcionários “fantasmas” e envolvimento com milicianos (bandidos que atuam no Rio de Janeiro).

A investigação não se restringe apenas ao filho de Bolsonaro, que atuou inúmeras vezes para obstruir a apuração do caso que envolvia seu gabinete quando era deputado federal no Rio de Janeiro, entre 2003 e 2018.

Envolvem também o próprio presidente e a primeira-data Michele Bolsonaro. Queiroz depositou R$ 24 mil na conta de Michele em transação ainda sem explicação.

Essa situação coloca cada vez mais em descrédito o governo Bolsonaro que se elegeu com o discurso de “combate à corrupção”, mas tem a família cada vez mais envolvida em denúncias de desvio de dinheiro público, esquemas fraudulentos e envolvimento com milicianos.

A CSP-Conlutas segue reafirmando sua política pelo Fora já Bolsonaro e Mourão e toda essa corja de corruptos.

Via: CSP-Conlutas.