Professores/as das quatro Universidades Estaduais da Bahia realizaram, nesta terça-feira (31), uma paralisação de 24 horas. No período da manhã ocorreram atos locais nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Jequié, Itapetinga e Ilhéus. Pela tarde, representantes das Associações Docentes protocolaram na Secretaria de Educação, pela décima vez, um pedido de reabertura do diálogo com o Governo do Estado, que está há mais de 800 dias com a mesa de negociação com o movimento docente interrompida.

A categoria havia enviado, ainda na semana passada, um outro ofício para o governo, mas não obteve retorno. A mesa foi um acordo de greve pactuando entre professores/as e Governo do Estado na greve de 2019.

Motivos para a luta

Apesar do governo afirmar em notas à imprensa que destinou diversos recursos ao ensino superior baiano, a realidade e os números mostram que o investimento ainda está bem abaixo do necessário.

“Analisando os números públicos no Portal da Transparência do próprio governo, fizemos uma análise minuciosa com especialistas sobre o crescimento da Receita Líquida de Impostos da Bahia (R.L.I.). Em apenas um ano houve um aumento de 26%. Hoje, o que o governo entrega para as universidades é apenas 5% da R.L.I. e, nos últimos anos, nem isso porque o valor orçado não tem sido o valor executado. Isso é muito pouco diante a relevância das nossas universidades estaduais nos seus territórios e o bom estado financeiro da Bahia”, afirma Alexandre Galvão, professor da Uesb e presidente da Adusb.

Outra queixa dos/as docentes é a questão do reajuste salarial. Após 7 anos de espera, o Governo do Estado aplicou um reajuste para os docentes abaixo da inflação do ano de 2021. Com salários congelados desde 2015, quase metade do salário desses profissionais foi corroído pela inflação nos últimos anos, de modo que a luta da categoria hoje é por um reajuste salarial que, de fato, reponha as perdas e a inflação.

Os/as docentes seguem em luta para sensibilizar o governo para o diálogo e tornar público para a sociedade baiana a realidade das Universidades Estaduais. As Associações Docentes afirmam que não excluem a possibilidade de uma greve caso a postura do governo não mude:

“Estamos tentando o diálogo de todas as formas possíveis. A nossa categoria e as universidades estão insatisfeitas com a postura do governador. Caso isso não mude, o governo não nos deixará nenhuma outra alternativa, a não ser a greve”, demarcou Galvão.

Via: Fórum da ADs.