Os trabalhadores dos Correios, que compõem parte dos serviços essenciais, estão travando uma verdadeira batalha pela garantia de EPI’s (Equipamentos de Proteção), e pela manutenção do isolamento social para os que estão afastados. A categoria denuncia que a direção da empresa tem feito pressão para que boa parte desses trabalhadores volte ao trabalho.

Para conseguir que os trabalhadores ficassem em casa, assim como a garantia de EPI’s, os trabalhadores, via sindicatos e federação representativa, tiveram que acionar a justiça.

Outros desses profissionais, cerca de 30% do efetivo, estão afastados por pertencer ao grupo de risco ou coabitar com pessoas que tenham esse perfil – (filhos ou familiares). No entanto, a empresa está pressionando para a volta ao trabalho, com a justificativa do aumento das compras pela internet, cuja entrega é feita pelos Correios.

“Defendemos a vida acima do lucro. Boa parte dessas entregas não é considerada essencial, como a compra de remédios ou alimentos, portanto, queremos garantir um efetivo para as entregas essenciais, mas os demais trabalhadores têm que ficar em casa”, reitera o trabalhador dos Correios Geraldo Rodrigues.

Rodrigues ressalta ainda que a empresa cortou de muitos trabalhadores que estão em casa o adicional de risco, como pressão para que os trabalhadores voltem a trabalhar. “Defendemos que a categoria siga em isolamento e que a empresa não reduza por isso salários nem direitos”, frisa.

A categoria é composta por mais de 100 mil trabalhadores, sendo que muitos estão na área de distribuição e entrega. De acordo com levantamento feito pelo setor, pelo menos cinco trabalhadores morreram vítimas da Covid-19 e cerca de 100 estão afastados por estarem contaminados.

O risco de contaminar a população e os familiares também é constante e por isso a exigência de que a empresa forneça os EPI’s necessários, assim como forneça condições de higiene mínimas.

“Reafirmamos que somos uma categoria que presta alguns serviços essenciais. Por isso, defendemos que seja garantido somente um efetivo mínimo para estas tarefas realmente essenciais, e que os demais trabalhadores da ECT [Empresa de Correios e Telegrafos] continuem em isolamento em suas casas”, aponta o relatório dos integrantes do Setorial dos Correios, que se reuniram na semana passada para debater o tema.

O Setorial dos Correios da Central defende também uma greve ambiental, que significa paralisar as atividades diante de uma pandemia, direito garantido na constituição. Com a greve ambiental, os trabalhadores visam assegurar ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

O Setorial de Correios da CSP-Conlutas exige:

  • Efetivo de 30% para trabalhar no atendimento essencial
  • Garantia de testes para a categoria;
  • Garantia de EPI’s aos que estão trabalhando;
  • Construção de uma greve ambiental.

Via: CSP-Conlutas.