Na última semana, o governador Rui Costa afirmou que não tem como garantir que os salários do funcionalismo público serão pagos em dia nos próximos meses. A declaração, dada em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, levou em conta a “imprevisibilidade” diante da pandemia do novo coronavírus.
É evidente que a crise provocada pela doença impõe uma série de dificuldades a todos. Porém, nenhum governo deve pautar o sacrifício dos trabalhadores e do setor público como opção para minimizar os impactos.
A ADUFS (Associação de Docentes da UEFS) consultou os dados econômicos da Bahia e revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,2% em 2019, conforme divulgado em março deste ano pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI).
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 304,8 bilhões no acumulado do ano, mostrando um desempenho superior ao nacional. O nível de atividade econômica na Bahia cresceu 2,0% no quarto trimestre de 2019, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os números são positivos também no que se refere à arrecadação fiscal do Estado, que cresceu 9% a mais no primeiro bimestre de 2020, em relação ao primeiro bimestre de 2019.
Desse modo, fica difícil acreditar que a saída da crise seja com o atraso dos salários do funcionalismo público, sendo que grande parte desses profissionais atuam diariamente na linha de frente do combate ao coronavírus.
A afirmação do chefe do Executivo estadual exibe uma postura do governo da Bahia que se assemelha ao que vem fazendo o governo federal neste período de pandemia. A classe trabalhadora é atacada, enquanto os grandes empresários e políticos seguem com suas grandes fortunas intactas.
A diretoria da ADUSC exige respeito aos/às servidores/as públicos, com o pagamento dos salários em dia e com a manutenção de todos os direitos garantidos por lei. Chega de ameaças!