O Brasil registrou nesta terça-feira (17) um novo recorde macabro: 2.798 pessoas mortas pela Covid-19 em apenas um dia. Já são 55 dias consecutivos com a média móvel de óbitos acima de 1 mil vítimas, e pelo 9° dia seguido acima de 1,5 mil. No total, 282.400 brasileiros e brasileiras já morreram nesta pandemia.

Não são apenas números. São VIDAS PERDIDAS em meio ao “maior colapso hospitalar e sanitário da história”, como bem definiu a Fiocruz, nesta terça-feira, ao divulgar seu Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19.

Em relação às capitais, 25 das 27 estão com essas taxas iguais ou superiores a 80%, sendo 19 delas superiores a 90%.

Os dados são das secretarias estaduais de Saúde e do Distrito Federal, e das secretarias de Saúde das capitais. O mapeamento traz dados obtidos desde 17 de julho de 2020.

A fim de evitar que os casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como para diminuir as taxas de ocupação de leitos, os pesquisadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais.

Eles enfatizam a necessidade de ampliação das medidas de distanciamento físico e social, o uso de máscaras em larga escala e a aceleração da vacinação.

O texto também cita o município de Araraquara, em São Paulo, que decretou lockdown total entre os dias 21 de fevereiro e 2 de março, como exemplo de que medidas de restrição evitam o colapso e o prolongamento da situação crítica nos serviços e sistemas de saúde.

Nos seis primeiros dias de lockdown em Araraquara, os supermercados funcionaram apenas no sistema de delivery. Durante todo o período, o transporte público não funcionou. Bancos e postos de combustíveis ficaram fechados por 60 horas e a circulação de pessoas na rua só foi permitida para quem tinha atendimento médico, precisava ir à farmácia ou ao trabalho.

A cidade conseguiu reduzir em 50% a transmissão do vírus; em 43% a média móvel diária de casos, e em 28% a quantidade de internações.

Lockdown nacional com auxílio emergencial, já!

A defesa de que governos decretem um lockdown urgentemente é cada vez maior por diversas instituições de saúde e especialistas. Esta é a única forma de deter a proliferação descontrolada do coronavírus e desafogar os hospitais que estão colapsando em todo o país.

A CSP-Conlutas defende, além da vacinação imediata para toda a população, um Lockdown Nacional com Auxílio Emergencial.

A paralisação de tudo que não for essencial é urgente, mas para isso os governos também têm de garantir renda para que os trabalhadores e proprietários de pequenos negócios possam sobreviver.

“Está em curso um genocídio no Brasil e a responsabilidade é do governo de Bolsonaro e Mourão. A política negacionista e genocida deste governo provocou o colapso que estamos assistindo. O país não tem vacina, não tem oxigênio, não tem leitos de UTI, não tem emprego, as pequenas empresas estão fechando e o povo está morrendo”, denuncia o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.

“Além de ter uma política consciente de boicote a todas as medidas efetivas de combate à Covid, este governo ainda quer impor um auxílio emergencial rebaixado de R$ 150. Um absurdo”, disse também.

“Somente com pressão e mobilização poderemos arrancar as medidas necessárias para a defesa da vida, dos empregos e direitos, assim como é preciso intensificar a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão. Este governo da morte precisa ser derrotado já e não esperarmos 2022”, concluiu.

Em sua última reunião de Coordenação Nacional, a CSP-Conlutas aprovou uma resolução política sobre conjuntura em que reafirma as reivindicações e propostas do Programa Emergencial da Classe Trabalhadora para enfrentar a pandemia.

  • Auxílio Emergencial de um salário mínimo e lockdown nacional!
  • Vacina para todos! Quebrar as patentes, já!
  • Estabilidade no emprego, reajuste salarial, redução e congelamento dos preços dos alimentos e do gás de cozinha!
  • Apoio e financiamento público ao pequeno proprietário da cidade e do campo!
  • Não às Privatizações! Chega de vender o Brasil!
  • Envolver a Central e demais entidades filiadas na Campanha da Auditoria Cidadã da Dívida “É hora de virar o jogo!”
  • Aulas presenciais, só com vacina/imunização!
  • Suspensão de todos os despejos, urbanos e rurais, durante a pandemia!
  • Garantia do adiantamento do 13° para os aposentados(as), os mais atingidos pela pandemia, que garantem o sustento da família frente ao desemprego;
  • Por uma greve sanitária nacional!
  • Fora Bolsonaro e Mourão, Já!

Via: CSP-Conlutas.