Após mais de 60 dias de greve, finalizada com acordo de instalação de Mesa Permanente de Negociação da pauta de reivindicações dos docentes, as negociações não têm avançado conforme o estabelecido entre as partes, o que tem causado indignação da categoria. A ausência de secretários na mesa de negociação – diferente do que foi afirmado ao final da greve – somado à morosidade na implementação das promoções e progressões, demonstram, mais uma vez, o descaso do governo com o professorado. 

Este quadro é agravado com a suspensão, inesperada e intempestiva, da reunião da Mesa de Negociação, marcada para o dia 31 de outubro, que deveria avançar na negociação da Dedicação Exclusiva dos docentes que aguardam, em alguns casos, há mais de três anos a implementação desse direito previsto no Estatuto do Magistério Superior. 

Explicações de caráter técnico e burocrático evidenciam a estratégia política do governo de protelar a concretização do acordo firmado ao final da greve, como, por exemplo, a implantação das 900 promoções, cuja lei foi sancionada em 31 de agosto. A centralização dos processos na Secretaria de Administração do Estado da Bahia (SAEB) ressalta a ação de retirada da autonomia administrativa, financeira e didático científico das Universidades Estaduais, agravada pela incapacidade desta secretaria dar celeridade aos processos em tramitação. 

Sempre aberto ao diálogo, mais uma vez o Movimento Docente tem buscado a interlocução com o Legislativo e o Executivo com o objetivo de resolver problemas relacionados com os direitos, condições de trabalho, autonomia e financiamento das Universidades Estaduais Baianas. Neste sentido, novas ações de mobilização se encontram em andamento, com a expectativa de que o governo atenda a pauta de reivindicações apresentada pela categoria. 

De forma semelhante aos ataques que o governo federal desfere contra as Universidades e Institutos Federais, a exemplo do corte de verbas destinados à manutenção e investimento, o governo estadual também tem implementado um forte contingenciamento de recursos e retirada de direitos nas Universidades Estaduais. Diante deste quadro, temos realizado ações conjuntas com as Universidades e Institutos Federais em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada. 

CRÉDITO: ASCOM FÓRUM DAS ASSOCIAÇÕES DOCENTES DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS DA BAHIA – ADUNEB, ADUSB, ADUFS, ADUSC