Domingo (31) e segunda-feira (1º), Dia Nacional de Lutas, contou com novas carreatas por diversas capitais e cidades brasileiras, além de algumas internacionais, assim como um protesto em Brasília na tarde deste 1º de fevereiro.

Organizado pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), teve  como mote principal a vacina já e para todos e todas. No entanto, a luta contra a Reforma Administrativa, que destroi os serviços públicos e pracariza o trabalho do funcionalismo; a defesa do SUS e a denúncia das privatizações estiveram na ordem do dia; como Fora Bolsonaro, e Fora Bolsonaro e Mourão, defendido principalmente pela CSP-Conlutas.

“A crise sanitária no país é dramática e a política negacionista de Bolsonaro agrava ainda mais essa situação. Além da falta de vacina, o povo sofre com o desemprego e não tem mais o auxílio emergencial, porque o governo, ao invés de salvar vidas e proteger o povo, prefere gastar bilhões com a compra de deputados para eleger seu representante na presidência da Câmara dos Deputados”, rechaçou o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Paulo Barela.

As ações ganharam amplitude e participação de outras categorias como das esferas estaduais e municipais do funcionalismo, petroleiros, metalúrgicos, químicos, aposentados, operários da construção civil, trabalhadores da educação e saúde e outros.

Esta segunda-feira foi marcada na parte da tarde por um protesto na Câmara dos Deputados em Brasília, no Anexo 2, onde acontece a votação para a presidência da casa. Representações dos servidores públicos e de Centrais Sindicais entre elas a CSP-Conlutas protocolaram um manifesto e fazem vigília no local.

De acordo com Barela, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, foram muito importantes as mobilizações que ocorreram nesse domingo e no dia de hoje. “As ruas das principais cidades foram tomadas por amplas carreatas porque já não dá pra suportar o descaso desse governo assassino. A luta por vacina para todos e contra a Reforma Administrativa foram nossas bandeiras centrais, mas também o processo colocou na ordem do dia que é preciso botar pra fora Bolsonaro e Mourão, já”, reforçou.

O manifesto aponta a crise econômica, sanitária e social pela qual passa o país, mas afirma que não serão os trabalhadores a pagar a conta, enquanto os ricos ficaram mais ricos e o governo tem tomado constantemente medidas de preservação do lucro e não da vida. As entidades que compõem o Fonasefe defendem construir uma Greve Geral em Defesa da Vida, do patrimônio público e contra a retirada de direitos e conquistas, como saúde e educação pública para mudar os rumos do país.

Exigem ainda aos candidatos à Presidência do Congresso Nacional  eleitos a adoção de medidas para suspender o genocídio brasileiro; “é inaceitável conviver com o desastre humanitário como aconteceu no Amazonas, com a falta de oxigênio e vacinas para todos. É urgente e inadiável que os parlamentares abram processo de impeachment e interrompam as ações deste governo da morte”, afirma o documento.

Acesse o manifesto

Manifesto do ato de 1º de fevereiro de 2021

Aos candidatos à Presidência da Câmara apresentaramm posicionamento sobre questões de interesse do funcionalismo público, contra a reforma administrativa, contra as privatizações dos serviços públicos e em defesa da imunização de todos os brasileiros e brasileiras contra a Covid-19.

“Defendemos que, em sendo eleito Presidente dessa Casa Legislativa, Vossa Excelência possa atuar em defesa da população brasileira, atuando para garantir a ela o direito à vida, com empresas públicas fortalecidas e atuantes na prestação de serviços públicos de qualidade, e na garantia da imunização de todos os brasileiros e brasileiras contra a Covid-19”, consta do ofício.

Acesse à carta aos candidatos à Presidência da Câmara

Carta do Fonasefe aos candidatos à presidencia da Câmara – Arthur Lira

O dirigente da CSP-Conlutas acrescenta que a luta não para por aqui. “O desemprego, a miséria e aumento das mortes por COVID-19 só aumentam. Assim, tanto os servidores públicos como o conjunto de nossa classe devem promover outros dias de luta como esses, buscando uma saída independente com um programa que responda à crise econômica e política na ótica dos trabalhadores”, aponta.

Abaixo, algumas fotos dos protestos e carreatas realizadas nesta segunda-feira (1)

Motivos da campanha

Vacinação já, gratuita e para todos e todas é uma das principais pautas dessa campanha diante da política genocida de Bolsonaro, Mourão, Guedes e Pazuello e a incapacidade de governar diante de uma crise de tamanha envergadura que demanda ações coerentes para salvar vidas.

O Brasil vem na rabeira da vacinação da população quando esta deveria ser produzida no país e financiada pelo SUS, com valorização dos centros de ciência e pesquisa e dos cientistas que atuam no país.

Reforma Administrativa regressa à pauta do Congresso Nacional por meio da Proposta de Emenda Constitucional nº32 apresentada em 2020. Uma porteira aberta para o fim dos serviços públicos brasileiros que são oferecidos à população mais pobre, o fim da estabilidade aos servidores com concurso público, ampliação da terceirização em áreas como a saúde e a educação, INSS.

Outra luta importante encampada é a defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), reivindicando vacina já gratuita e para todos, assim como condições de trabalho e equipamentos de proteção para os profissionais da saúde nesse novo pico da pandemia, em que já estão exaustos e com problemas psicológicos.

O funcionalismo público também está mobilizado em apoio às lutas contra a privatização de importantes empresas públicas como os Correios, Petrobras, Banco do Brasil e outros. Além disso, contra a saída de empresas do país, que promove a desindustrialização brasileira e desemprego, deixando o Brasil cada vez mais dependente da importação imperialista.

A CSP-Conlutas e diversas entidades nacionais de servidores públicos compõem o Fonasefe. Entre elas o Andes-SN, Assibge-SN, Fenasps, Condsef, Sinasefe, Fenajufe, Fasubra, CUT e CTB.

Via: CSP-Conlutas.