A Jornada Nacional de Lutas realizada de 10  a 12 de julho, foi marcada por atividades em fábricas, canteiros de obras, unidades da Petrobras e outros locais de trabalho, assim como protestos e carreatas em várias regiões do país.  Essas ações fizeram parte do lançamento da campanha unitária por “Fora Bolsonaro. Impeachment, já” cujo objetivo é se contrapor à política genocida do governo Bolsonaro no combate à pandemia, que vem sendo seguida pelos governadores e prefeitos ao relaxar a quarentena nesta retomada de atividades econômicas. Isto num momento em que já são mais de 1,8 milhão de infectados e 72 mil mortos no Brasil.

A unidade em torno da campanha unitária pelo Fora Bolsonaro é composta por partidos políticos como PT, PSOL, PSTU, PCdoB, UP, PCB, PCO, PSB, PDT, Rede, centrais sindicais como CUT, Força Sindical, CSP-Conlutas, CTB, Intersindical Central – Intersindical Instrumento de Luta, UGT, CSB, CGTB, Nova Central, as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, Torcidas Organizadas, entre outros.

A CSP-Conlutas integra a iniciativa mantendo sua independência e autonomia ao levantar as bandeiras aprovadas nas suas instâncias desde o início da pandemia: “Em defesa da vida, quarentena geral com garantia de emprego e renda digna para todos. Fora Bolsonaro e Mourão, já”.

A Central mantém também a luta contra o racismo e o genocídio do povo pobre; a defesa das bandeiras dos trabalhadores em serviços essenciais por garantia de EPIs (equipamentos de proteção individual) e condições de trabalho; além da denúncia da retirada de direitos da classe trabalhadora, que amarga o desemprego e os trabalhos precários. A Central denuncia  ainda o aumento da violência nas periferias e doméstica contras as mulheres e o verdadeiro genocídio dos povos indígenas.

O presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, considerou que a jornada teve um importante papel para o avanço da unidade contra o governo Bolsonaro. “A classe trabalhadora avançou na unidade de ação contra o governo Bolsonaro/Mourão com a Jornada de Lutas de 10 a 12 de julho e a CSP-Conlutas cumpriu um papel importante nesse processo em construção, mesmo com as limitações impostas pelo necessário isolamento social”, avaliou.

O operário da construção civil do Pará Atnagoras Lopes, também da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, destacou a importância da jornada para o fortalecimento da campanha encaminhada pelo Fora Bolsonaro e Mourão. “A CSP-Conlutas seguirá fortalecendo essa luta e tem muito orgulho da mobilização que foi feita, da reação dos trabalhadores e das ações realizadas pelos movimentos nas periferias de diversas cidades. Temos certeza que essas iniciativas apontam a necessidade de novas ações e a disposição dos trabalhadores e trabalhadoras de participarem ativamente desta batalha que estamos travando neste momento para salvar vidas e derrubar esse governo e sua tropa”, salientou.

O dirigente avaliou que é preciso seguir perseguindo a unidade e intensificá-la com o envolvimento de todos. “Queremos acentuar que esse dia poderia ser sido muito maior e mais forte. Por isso, reivindicamos a ampla unidade de dezenas de entidades, destacando um chamado especial aos companheiros da cúpula dirigente das centrais sindicais, para que diferente do que foi o dia 10 de julho, a gente possa, desde agora, estar mais junto e ter mais força e compromisso na ação apontada para o próximo dia 7 de agosto”.

Atnágoras reforçou que neste momento em que se evidencia a crise e fracasso do capitalismo, quando se mostra necessário a existência dos serviços públicos e a presença do Estado, é importante apontar a perspectiva do socialismo. “Para sonharmos com um mundo justo, a saída não é a eleitoral, e sim, um mundo justo, dirigido e controlado pela classe trabalhadora, ou seja, uma sociedade socialista”, concluiu.

Como parte da campanha, será protocolado nesta terça-feira (14) o pedido de impeachment elaborado pela iniciativa unitária. Novas mobilizações estão sendo indicadas para o dia 7 de agosto, que será antecedido pelo dia 25 de julho, Dia Latino e Caribenho das Mulheres Negras, data em que ocorrerão protestos.

Ações de luta

Na sexta-feira (10) foi realizado um dia de mobilizações, com assembleias e atrasos nas fábricas, atos simbólicos e ações nas redes sociais. Carreatas ocorreram em algumas capitais, como São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA), além de protestos que respeitaram o distanciamento entre manifestantes e proteção individual como o uso de máscaras e álcool e em gel.

A CSP-Conlutas  fez um o ato virtual “Fora Bolsonaro e Mourão”, que contou com a participação de trabalhadores e dirigentes de várias categorias e movimentos, bem como apresentações culturais, com transmissão  pela página do Facebook da Central.

No sábado (11) ocorreu a Plenária Nacional Unificada que reuniu por volta de 700 pessoas de diversas entidades, movimentos, partidos e organizações da sociedade civil. A primeira com caráter nacional, em seguida foram divididas por regiões. O objetivo da iniciativas foi apontar a continuidade e intensificação da luta.

No domingo (12),  novos atos unificados ocorreram em várias capitais e cidades também por Fora Bolsonaro e a CSP-Conlutas participou mantendo a bandeira do Fora Bolsonaro e Mourão.

Ocorreram atividades impulsionadas pela Central em São Luis (MA), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), São João del-Rei (MG), São Paulo (SP), São José dos Campos (SP), Natal (RN), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Maceió (AL), Florianópolis (SC), Caixias do Sul (RS), Porto Alegre (RS), Vitória (ES), Belém (PA), Miramar (PA), Teresina (PI) e outras cidades.

Via: CSP-Conlutas.