Como a CSP-Conlutas já divulgou, o aumento do convívio entre mulheres e agressores durante a pandemia do Covid-19 tem elevado o número de casos de violência doméstica.
A partir desse alerta, já feito anteriormente pelo MML (Movimento Mulheres em Luta), filiado à CSP-Conlutas, uma panelaço contra a violência doméstica será realizado nesta próxima segunda-feira (18), às 20h30, em todo o país.
Com o mote “Basta! Vamos meter a colher, sim!”, a ação denuncia o agravamento na vulnerabilidade das mulheres durante a quarentena, que seguem expostas e sem qualquer política pública ou apoio do Estado para garantias econômicas ou de vida.

Recentemente publicado pelo Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) o boletim “Violência doméstica em tempos de Covid-19” revelou, dentre os números mais gerais, que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro registrou um aumento de 50% nos casos de violência doméstica durante o período de confinamento.
Em São Paulo, considerando dados da Secretaria de Segurança Pública do estado, o número de mulheres assassinadas dentro de casa quase dobrou no período de isolamento social, em comparação com o mesmo período em 2019.
Maior parte dos eventos foram provocados, de acordo com dados do Senado, por maridos, companheiros e namorados, seguido por ex-companheiros.

A violência na rede – Um dado novo é o fato de as denúncias, devido ao confinamento, terem sido evidenciadas por diferentes meios, como a internet. O Twitter serviu, por exemplo, como fonte para observação do aumento de relatos de violência doméstica.
Segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança, em parceria com o Decode – empresa de mineração de dados em redes sociais-, relatos de brigas de casal com indícios de violência doméstica aumentaram quatro vezes” entre fevereiro e abril de 2020. 25% do total de relatos de brigas de casal foram feitos às sextas-feiras, 53% dos relatos foram publicados à noite ou na madrugada, entre 20h e 3h, e 67% dos relatos foram de mulheres.
O MML defende políticas públicas de proteção à mulher durante o isolamento, assim como o acesso e apoio remunerado digno às mulheres, que por vezes ainda permanecem com seus parceiros por dependência financeira.

A CSP-Conlutas, via Setorial de Mulheres, seguirá organizando iniciativas para combater a violência e exigir medidas de proteção às vítimas. A Central também faz um chamado aos movimentos para que fortaleçam o dia de mobilização e se somem nesta iniciativa.

Via: CSP-Conlutas.