Desemprego e inflação nas alturas, baixos salários e juros exorbitantes. A combinação criada pelo governo Bolsonaro fez o número de brasileiros com dívidas em atraso explodir.

Atualmente, quatro a cada dez adultos estão negativados no Brasil. O número, que equivale a 63 milhões de pessoas, é o maior registrado em oito anos.

Os dados são da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil(Serviço de Proteção ao Crédito). O levantamento ainda aponta o crescimento de 8,7% no índice de inadimplentes, desde julho de 2021.

A média das dívidas sem pagamento em dia tem o valor de R$ 3.638. Quase quatro em cada dez consumidores inadimplentes (34,51%) tinham dívidas de até R$ 500. O percentual chega a 49,35% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Em relação à faixa etária, os maiores endividados têm de 30 a 39 anos e correspondem a 24,9% dos inadimplentes. Entre os sexos, 50,84% de mulheres e 49,16% de homens possuem dívidas.

Endividamento recorde

O endividamento das famílias brasileiras foi recorde em maio: 52,8%, segundo o Banco Central. Com isso, o comprometimento do orçamento familiar para arcar com as dívidas também subiu e já marca 27,6%.

Bancos lucram

Entre os credores, o setor que concentra a maior parte das dívidas são os bancos (60% do total). Comércio (13,23%), água e luz (10,74%) e comunicação (8,8%) vêm na sequência na lista daqueles que mais se beneficiam com a dívida do povo.

Apoiando-se n alta da taxa Selic (mecanismo monetário do governo para controle da inflação), os juros cobrados pelas instituições financeiras também estão fora de controle. O resultado é o povo ainda mais pobre e os bancos ainda mais ricos.

O cheque especial, por exemplo, possui uma taxa de juros anual de 129%. Já o juros rotativo do cartão de crédito, quando a pessoa não paga sua fatura na totalidade, pode chegar a uma taxa de 1000% ao ano, segundo o BC.

Além da inadimplência e endividamento, o resultado dessa política perversa é o faturamento recorde para os bancos. Somente no segundo semestre de 2021, o lucro líquido dos bancos no Brasil chegou a assustadores R$ 132 bilhões.

Basta!

O cenário de endividamento leva a piora na qualidade de vida das famílias que, sem alternativas, perdem acesso a direitos básicos como a alimentação digna, remédios e, em diversos casos, à própria moradia.

Por isso, em seu Programa Emergencial, a CSP-Conlutas defende o congelamento dos preços e a isenção das tarifas à parcela mais pobre da população. Além disso, é preciso garantir isenção das dívidas e empréstimo a juros zero.

Também é necessário apoiar as categorias que estão em campanha salarial, lutando pelo reajuste acima da inflação e a manutenção de direitos

O empobrecimento da população é mais um dos ataques do governo de ultra direita de Bolsonaro. Para derrotá-lo é preciso mobilizar a classe trabalhadora para que esta construa uma sociedade socialista realmente livre da exploração e opressão.  

Via: CSP-Conlutas.