A precariedade na Educação por meio do Ensino à Distância (EAD) pode ser vista na prática em universidades privadas, com a demissão de educadores e o uso de robôs para a substituição desses profissionais.

A denúncia é feita pela reportagem da Agência Pública divulgada nesta quarta-feira (13), com base em relatos de professores paulistas que foram demitidos das universidades privadas – FMU- FIAM-FAAM e Anhembi Morumbi-, geridas pelo grupo Laureate.
De acordo com a Pública, ao menos 90 professores foram desligados e no lugar estão sendo colocados robôs, com inteligência artificial para aplicar as aulas.
Além desta tecnologia, para tirar eventuais dúvidas dos alunos, serão contratados “profissionais monitores” que não terão a mesma formação de um professor e ganharão menos para tutelar as aulas online.

A reportagem apurou que todos os docentes que fornecem curso à distância, cerca de 120 profissionais, serão demitidos para o uso dessa nova metodologia, informação confirmada pelo Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo) e repudiada pela entidade.
“Em meio à pandemia, o grupo Laureate deu mais uma contribuição para aumentar a tragédia: demitiu mais de 120 professores que lecionavam na EaD. O SinproSP vai à Justiça tentar anular as dispensas porque a considera inaceitável, ainda mais neste momento”, destacou em nota divulgada em seu site.

O Sinpro salientou que o grupo se aproveitou da pandemia para executar uma reestruturação, com o único objetivo de reduzir os custos e aumentar seus os lucros. “Ao demitir num momento em que toda a sociedade está contribuindo para amenizar os efeitos da pandemia, a Laureate age de forma irresponsável e moralmente condenável. É inaceitável”, reforça o sindicato.

EAD, não!
Com a pandemia de novo coronavírus, assim como as redes de ensino superior, escolas públicas também estão impondo o EAD para dar continuidade ao calendário escolar.
No entanto, estudantes e a comunidade academia já vinham alertando para ineficácia do método, com limite de acesso à internet por alunos que moram nas periferias, e precariedade de ensino a que os trabalhadores em Educação são submetidos.
A falta de infraestrutura básica na casa dos trabalhadores e trabalhadoras, seja tecnológica ou de renda, são barreiras reais para a efetividade deste método. Professores também encontram dificuldades de acesso a essas plataformas online e questionam essa metodologia de ensino como a mais eficaz.
“A aplicação do EAD trará não apenas a redução do número de professores, mas de todos os profissionais da Educação, dos trabalhadores técnicos, da limpeza, etc. Inclusive, hoje, a maioria da limpeza e cantina das escolas já foram terceirizadas. E, no modelo que querem implementar, não será utilizado para a melhoria da educação”, avaliou a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Joaninha Oliveira, em matéria sobre o tema divulgada no site da Central. Veja a íntegra da matéria AQUI.
O uso de robôs no para aplicação do ensino à distância é mais uma faceta que mostra o quão nefasto para a Educação é esse método. “O resultado será catastrófico com queda na qualidade de ensino e ampliação da desvalorização e demissão de docentes pelo país, como já estamos vendo”, reforça a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Joaninha Oliveira.

Via: CSP-Conlutas.